sexta-feira, 4 de março de 2016

Uma data, 5 anos depois

Abri os olhos e pensei “estou com ela”. Nunca tinha parado para pensar sobre o quanto isso importa: estar. É no presente, meu Deus! E espero que se estenda até o futuro. Mesmo que, de vez em quando, a gente canse de correr, canse de tentar e canse de se importar, a gente não cansa de estar. Nunca, nunquinha me peguei te querendo distante. Ás vezes me bate um cansaço, uma preguiça danada de continuar, mas eu penso que não posso ser sem ela. Não posso. Ela é o meu ser, meu estar, meu querer, bem-querer. Eu poderia percorrer o mundo e, ainda assim, ela seria meu amar. Ela é todo o meu verbo conjugado no passado, no presente e no futuro. Meu sonhar, meu viver, meu sorrir. Às vezes meu chorar, meu doer e meu cair. Mas, depois, ela chega sem palavra alguma, verbo algum, sem pausas e acentos, só no silêncio… e me ganha inteira com o olhar. Num instante vira o meu perdoar. Ela é o meu viver quando me pega pela mão, meu morrer quando me tira o fôlego, meu calar quando me fala baixinho ao pé do ouvido, meu gritar quando me puxa pela cintura de repente. Ela é a minha vida…e olha que isso nem é verbo. 


E eu me peguei vendo videos, fotos, prints... de 4 anos e 9 meses atrás. Vendo nossas mudanças, vendo que certos gestos continuam, manias, sorrisos... Vendo que eu nunca deixei de te amar, nem por um segundo.
Mudamos, E SEMPRE PARA MELHOR.
Eu amo você!!!!

quinta-feira, 3 de março de 2016

E se não for?

E se não for o que te dizem? E se não for o que te prometem?
Ando em crise, numa boa, nada de grave. Mas, ando em crise com o tempo. Que estranho "presente" é este que vivemos hoje, correndo sempre por nada, como se o tempo tivesse ficado mais rápido do que a vida, como se nossos músculos, ossos e sangue estivessem correndo atrás de um tempo mais rápido. Diziam que teríamos mais tempo, mais paz uma com a outra. Acontece que algumas de nós duas não está aqui para distribuir sossego, mas para incrementar competição e quem é a melhor. Tudo sugere velocidade, urgência, necessidade elevada.
Funcionar é preciso; viver não é preciso. Por que tudo tão rápido? Para chegar aonde?, para gozar sem parar? Mas gozar como? Nossa vida é uma ejaculação precoce. Estamos todos gozando sem fruição, um gozo sem prazer, quantitativo. Antes, tínhamos passado e futuro; agora, tudo é um "enorme presente". E este "enorme presente" nos faz boiar num tempo parado, mas incessante, num futuro que "não pára de não chegar". Antes, tínhamos os velhos filmes em preto-e-branco, fora de foco, as fotos amareladas, que nos davam a sensação de que o passado era precário e o futuro seria luminoso. Nada. Nunca estaremos no futuro. E, sem o sentido da passagem dos dias, de começo e fim, ficamos também sem presente. Estamos cada vez mais em trânsito, como carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa, e cada vez mais nossa identidade vai sendo programada. O tempo é uma invenção da produção. Não há tempo para os bichos. Se quisermos manhã, dia e noite, temos de ir morar no mato, (quero um cachorro pra amar e me lamber).
Em meio às imagens trêmulas, riscadas, fora de foco, vi a precariedade de minha pobre família de classe média, tentando exibir uma felicidade familiar que até existia, mas precária, constrangida; e eu ali, menina comprida feito um bambu no vento, já denotando a insegurança que até hoje me alarma. Minha crise de identidade já estava traçada. E não eram imagens de um passado bom que decaiu, eu tô vivendo isso no presente com muito medo.

E nós, hoje, nesta infernal transição entre o atraso e uma modernização que não chega nunca? Quando o ego vai diminuir?  Aqui, sem futuro, vivemos nessa ansiedade individualista medíocre, nesse narcisismo brega que nos assola na moda, no amor, no sexo, nessa fome de aparecer para existir. Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é "não ter futuro"; é nunca estar no presente.

E se não for nada do que você ler? E se não for nada do que você acredita? E se não for nada do que desejamos um dia?

E se não for?

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Um Corpo Estranho - Paixão

Hoje começamos com um ditado muito mais do que conhecido, reconhecido. "Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma pedra" e é assim que encaro minha vida hoje, como pedras, como provações. E quem diria que ela daria tanta volta, oh.
Não porque eu esteja totalmente satisfeita com o que me acontece diariamente, mas com o que o futuro anda me reservando. Colocando coisas e pessoas na minha vida que antes eu nem imaginava que um dia conheceria.
Umas me fazem um bem danado, outras nem tanto. Mas e quem foi que disse que as pessoas vieram destinadas a agradar uns aos outros? Pergunta que nem eu mesma sei responder. Foram anos pensando numa resposta pra tamanha pergunta desconhecida, nos melhores termos.


E você vai parando pra pensar, vai colocando cada coisa em seu devido lugar, e chega a uma conclusão de que nada nesse mundo é tão seu, quanto você mesmo. E pelo título de um dos livros de Zíbia Gasparetto (Ninguém é de Ninguém). E eu sei que nunca serei tão de alguém como sou de mim mesma; e eu nunca quis ser tanto de alguém como hoje.
E você se apega, quer ficar perto, quando você ver já não vive sem. E ai você perde o sono, você comenta pros amigos, você rir atoa, você diz toda hora que o dia tá lindo... Ai você se toca de que isso é paixão. A MAIOR QUE A HUMANIDADE JÁ VIU.

E ai você olha fixo pra aquele alguém e pensa "É sério que isso vai acontecer comigo?" E ai meu caro leitor, as coisas mudam de rumo é da noite pro dia, da água pro vinho e do pão pra torrada. Você realmente ver o quanto o alguém é importante pra você, quando você passa a sorrir enquanto ele dorme. No final, vira amor!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Dar não é fazer Amor

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado...
"Tati"

quarta-feira, 18 de março de 2015

Curta Metragem: Leve-me Pra Sair

Não costumo dizer que a sociedade é totalmente preconceituosa, assim eu estaria generalizando até demais, ainda existe preconceito sim, mas é isso que fazemos aqui. Lutamos todos os dias para o fim deste ou a amenização de ambos. 
Não vou dizer que nunca fui chamada de "sapatão" ou de "lesbiquinha", ou até de "nega". Mas e dai? Ainda continuou aqui lutando por o que eu acredito e quero para minha vida. 
Nada e nem ninguém vai conseguir mudar o que eu sou e o que eu construir até hoje.
O Curta Metragem "Leve-me pra Sair" diz um pouco de como é tudo isso hoje. Totalmente realidade, e eu curti bastante, por isso quis compartilhar isso com vocês!




sábado, 14 de março de 2015

Apenas Sorrir


Me faça rir. Apenas me faça rir. É isso. Eu quero dar gargalhadas toda vez que eu pensar em você. Quero sorrir como uma criança ao ver o palhaço mais engraçado do mundo quando eu olhar nossas fotos ou lembrar dos nossos momentos. Não me dê apenas flores, bombons, blusas, havaianas, livros ou qualquer coisa que possa envelhecer ou se rasgar. Me dê sorrisos. Somente isso. Me dê motivos para sorrir. Me faça cócegas. Me conte uma piada sem graça. Faça caretas divertidas. Esbarre pelos móveis da casa. Deixe algo cair com sua total falta de jeito ao tentar fazer algo. Vista um sutiã meu e me chame com uma voz feminina quando eu estiver puta da vida por você ter esquecido alguma data importante. Perturbe algum amigo seu, enquanto estivermos juntas. Me conte histórias das besteiras que você aprontava na escola. Me mostre fotos de quando você era criança vestida de roupas caipiras e bigodes falsos. Me faça sorrir. Traga episódios de Sobrenatural para a gente assistir juntas no chão da sala. Faça comentários de humor negro ao pé do meu ouvido quando estivermos jantando com meus amigos. Prepare uma surpresa boba ao me ver chegar em casa. Escreva no espelho o quanto me ama ou amarre bexigas no nosso quarto quando for meu aniversário. Apenas me faça rir. Aliás, sorria, porque é o seu sorriso que me faz rir.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Relatos de Uma Vida



Esse não é mais um texto, esse é o meu desabafo de uma vida inteira, ou talvez, exatos 3 anos e 9 meses; vamos com colocar 10 meses, porque um mês eu tirei pra sofrer mais e conhecer mais as pessoas, ou a pessoa.

Eu me considerava a garota mais egoísta e mais malvada da minha cidade, digo assim porque eu era “os pês do capeta”, que era como os conhecidos se referiam a mim quando eu aprontava algo de muito assustador. (Nunca matei nem roubei, mas é isso ai). Eu costumava mentir, mas era muito. Fui levada ao Psicologo quando tinha 9 anos de idade, descobri que era adotada, mas isso não importava muito, porque eu amava e amo a minha Família. Aqueles que me acolheram, que me deram amor, carinho, respeito, educação e acima de tudo, a chance de ser alguém na vida. Não fiquei tão abalada porque não entendia muito bem o que era ser adota. Mas sabia que era ruim. Porque o Psicologo fez uma cara de assustado como se meu mundo tivesse que cair ali, na sala dele. No passar dos anos, descubro que tenho algo raro, mas que hoje já não é tão raro assim. Eu descobri que tenho DDA. (Déficit de Atenção). E até escrevendo esse texto eu parei várias vezes para fazer outra coisa e acabei esquecendo de muita coisa que ia colocar aqui. (E já fui julgada por ter algo que eu não tenho culpa, porque doença a gente não escolhe, aliás, eu aceito o problema de todo mundo). Me tornei mais rebelde daí. Eu já aprontei tanto nessa vida aqui. Tive paixonites de escola, paixonites de amiguinhos, mas ai eu tive meu primeiro relacionamento; se é que posso chamar assim. Eu mentia tanto pra coitada que tinha pena dela as vezes. Menti, enganei, mas eu gostei dela. Mas eu sempre percebendo que aquela não era a pessoa certa, que aquele não era o momento de eu tomar a minha melhor decisão (e olha que tentei por varias vezes). Num belo domingo de manhã, e não é a música; eu aceitei viajar com minha prima e umas amigas, uma cidadezinha de Sergipe quase Bahia, pra fazer algo que eu detestava, assistir um culto de igreja evangélica. 

Mas ai vocês vão dizer: Não fala assim menina, quem sabe Deus não tocou seu coração e te deu algo bom. E eu vou responder: Ele não só tocou no meu coração como ele me deu a minha vida de volta. Exatamente caros leitores, ele me deu a joia mais rara do reino dele. O MEU AMOR. Dali eu comecei a me importar mais com o sentimento dos outros, com as dores dos outros, comecei a tomar para mim o que era delas. Foi como se eu sempre tivesse sido aquela garota preocupada com tudo e todos, mas algo não me deixava ver isso. Entendem? Pois é, eu comecei a gostar de alguém e nem sabia o nome dela. E ela me encontrou, eu a encontrei, nós lembramos uma da outra e eu finalmente pude saber o nome dela. Aquela menina da voz doce, a menina do caminhado engraçado, a menina da mal educação porque não tinha me dado tchau naquela noite de domingo. Só que eu não sabia e nem Deus me avisou de que ela seria a minha outra metade. Todo mundo tem metade da laranja, a tampa da panela, a capinha da escova de dente, o outro pé da meia, o leite do nescau, o rádio velho do carro... Mas eu queria apenas uma companheira, uma pessoa em quem confiar, alguém pra pegar na mão e dizer que eu estaria ali pra tudo que viesse, alguém pra contar os meus segredos, alguém para contar como era ser criança, alguém pra rir das bobagens, alguém pra eu melar de farinha de trigo fazendo um bolo, alguém pra dizer que eu estava errada quando preciso fosse. E finalmente, achei. Quer dizer, Deus me deu.

Talvez não tenha sido um prêmio bilionário, talvez não tenha sido uma mansão na melhor cidade do país, talvez não tenha sido o carro do ano. Mas era o passo pra isso tudo. Eu tinha e continuou tendo sonhos. Eu comi erros, prejudiquei pessoas, e quando isso acontece elas se metem em problemas. Tendem a fazer as escolhas erradas. Mas escolhas não têm que me definir, não têm que definir quem a minha família vai ser, porque sempre existe um momento em que você pode virar o jogo. Se eu tivesse outra chance eu faria de outra forma. Mas talvez o tempo para mim tenha acabado. 

Eu juro que eu não me imaginava tendo responsabilidades, não me imaginava AMANDO alguém como eu amei essa garota. Mas eu amei e ainda amo muito. E vou amar pra todo um sempre. É muito tempo, eu sei. Mas é isso que eu quero que fique, o melhor da nossa relação, o amor. Nós namoramos por 3 anos e 9 meses. Terminamos no nosso aniversário de namoro e brigamos durante um mês inteiro, sem parar. Até o ano novo. Eu nunca fui de me arrepender tanto de alguma coisa, como eu me arrependi de não ter dado outra chance pra gente, mas hoje, hoje eu peço uma chance pra vida. Uma chance pra fazer tudo diferente, uma chance pra viver diferente, uma chance pra ser diferente sem deixar de ser eu mesma. Mas a vida tá dificultando isso para mim. Deve ser um pagamento por tudo que era e me tornei por conta das dores que eu sentia. Mas eu aprendi que não devo odiar todas as rosas só porque uma espetou o meu dedo. Aprendi também que eu não devo apontar o dedo pra ninguém quando eu não sei das razões dela.

Eu me culpei, eu me isolei, eu tentei esquecer. Eu fingir está tudo bem, eu fingi tá feliz, eu fingi não me importar e isso só foi acabando comigo dia após dia. E eu parei e pensei. PORQUÊ? Eu era capaz de tudo pra ter a pessoa do meu lado, e hoje eu já não sei quem sou eu. Porque eu só ando recebendo patadas e notícias ruins. E já não sei se continuou capaz de tudo por algo que quer ir embora, por algo que não pensa mais em ficar. Mas as pessoas esqueceram de me ensinar como se supera a perda de alguém que amamos, antes mesmo de nascer. Esqueceram de dizer também, para essas pessoas, que não se pode pisar assim num coração. Porque ele bate, e tem uma vida dentro dele. E pode ser você!

O que as pessoas fizeram é culpa delas. Mas o que nós fazemos, a culpa é nossa. E eu não a melhor pessoa pra sentir saudades, não nos dias de hoje. Porque eu procuro, eu me importo, eu choro, eu sofro, eu procuro de novo. Mas tem uma hora que todo mundo cansa de dizer não, de dizer não dá. Já pensei em desistir várias vezes, mas ai eu me lembro o que me traz aqui. Eu nem me importava em perder a minha credibilidade, eu só não queria perder o amor da minha vida. Eu fui super protetora, eu fui ciumenta. E eu pensava o tempo inteiro que eu era diferente das outras pessoas. Acabei sendo igual a todas. 

Eu não disse que seria fácil, mas eu estava lá para o que precisasse, é o que as pessoas fazem quando estão juntas. Eu acho que amor não é mudar ou salvar uma pessoa, é achar alguém que já vem certa para você. E eu tenho certeza que eu queimei as minhas chances, na verdade, acho que explodi.

Eu me abri, arrisquei o coração, fiz de tudo, por tudo. Cada telefonema, cada foto que recebo, cada erro meu que é apontado, morre um pedaço. E no final disso tudo, eu me tornarei apenas um corpo podre dentro de uma carca forte e que só esqueceu de morrer. Eu não consigo ser de outra pessoa, eu ando vivendo dentro de mim mesma esse tempo todo. E estou quase indo contra os meus princípios para ter tudo que eu amo de volta. Isso não anula meus erros, mas aumenta as minhas chances. Eu realmente não sei onde posso chegar dessa forma, mas sei que em algum lugar dessa vida, eu vou superar.

“Relatos de um coração sozinho, numa noite quente e sem vidas. Um alguém que estendeu a bandeira branca e disse para si mesmo que precisava recomeçar.” Vanessa R. Costa